Por Julliana Coelho, Analista de Gestão de Recursos na Avenue Securities
10 nov 2025
Quando a Segunda Guerra Mundial terminou, em 1945, a Europa parecia um cenário de filme pós-apocalíptico: cidades em ruínas, economias destruídas e populações inteiras tentando sobreviver em meio aos escombros.
Berlim era uma pilha de tijolos. Londres, cheia de cicatrizes. Paris, tentava respirar.
Milhões de pessoas desempregadas e uma fome que não era só de comida — era de esperança.
Do outro lado do Atlântico, os Estados Unidos saíam da guerra mais fortes do que nunca. Tinham a maior indústria, o maior exército e, principalmente, o dinheiro.
Mas o governo americano sabia que um continente europeu quebrado seria um problema enorme: sem estabilidade política, o comunismo soviético ganharia força. E sem economias funcionando, não haveria comércio — e nem compradores para os produtos americanos.
Foi nesse cenário que o secretário de Estado George Marshall apresentou, em 1947, uma proposta que mudaria o rumo do mundo.
Sim, os Estados Unidos — recém-saídos de uma guerra caríssima — decidiriam gastar mais ainda… mas dessa vez, para financiar o crescimento de outros países.
O plano? investir bilhões de dólares para reconstruir a Europa.
Oficialmente chamado de European Recovery Program, foi colocado em prática entre 1948 e 1952.
Foram mais de 13 bilhões de dólares da época — o equivalente a mais de 150 bilhões de dólares atuais — destinados a 16 países europeus.
A França, a Alemanha Ocidental, a Itália e o Reino Unido foram os maiores beneficiados.
A execução era organizada: cada país elaborava um plano de recuperação e, em troca, comprava produtos e máquinas americanas.
Ou seja, o dinheiro saia dos EUA, ajudava a Europa — e voltava em forma de demanda para a própria indústria americana. Um ciclo perfeito.
O impacto foi rápido. A produção industrial europeia cresceu mais de 30% em apenas quatro anos, o comércio internacional voltou a fluir e a confiança na economia global se restabeleceu.
Mais do que uma reconstrução econômica, o Plano Marshall foi uma estratégia geopolítica brilhante: em vez de tanques, os EUA usaram o dólar como arma de diplomática.
E deu certo. O dólar, que já havia ganhado força com o acordo de Bretton Woods, se tornou o verdadeiro símbolo da estabilidade global.
Enquanto o bloco soviético se isolava no leste, o ocidente se unia em torno de uma nova ordem econômica — com o dólar no centro.
Foi a partir daí que os Estados Unidos consolidaram sua posição como líder do mundo capitalista e fiador do sistema financeiro global.
Que o Plano Marshall, mostra que poder econômico também é poder político e que investir em parceiros pode ser tão ou mais estratégico do que confrontá-los.
Até porque, no fim das contas, o dólar não dominou o mundo apenas pelo valor que tinha — mas pelo valor que representava.
Por hoje é só, turma!
Até o próximo case
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