Por Julliana Coelho, Analista de Gestão de Recursos na Avenue Securities
13 out 2025
Hoje, parece óbvio: o dólar manda. Mas tudo começou em uma pequena cidade americana durante a Segunda Guerra, e ninguém imaginava que ele dominaria o planeta.
A verdade é que quando o dólar começou a virar estrela, o mundo ainda cheirava a pólvora.
Era 1944, a Segunda Guerra ainda não tinha acabado, mas os países já tentavam entender como reconstruir uma economia em ruínas. Cidades destruídas,
milhões de mortos e uma certeza: o velho sistema financeiro havia falhado.
Foi nesse cenário que 44 países se reuniram em Bretton Woods, no estado de New Hampshire, EUA.
Por alguns dias, a cidade montanhosa, feita de belas paisagens naturais e lagos gelados, virou o centro do mundo — o palco de uma das decisões mais importantes da história econômica moderna. A ideia era simples, mas ao mesmo
tempo muito audaciosa: Criar um sistema monetário estável e que evitasse o caos das décadas anteriores.
O mundo precisava de estabilidade — e de uma moeda que servisse de referência.
A escolha foi quase natural. O motivo? Os Estados Unidos tinham a economia mais forte, o maior estoque de ouro e uma indústria intocada pela guerra.
A decisão final foi revolucionária: todas as moedas seriam atreladas ao dólar, e o dólar seria lastreado em ouro.
E assim nasceu o Acordo de Bretton Woods: todas as moedas passariam a ter o dólar como base, e o dólar seria lastreado em ouro. Na prática, o mundo decidiu confiar nos EUA como seu novo banco central e o impacto foi gigante.
Países começaram a acumular reservas em dólares, o comércio internacional
passou a ser precificado na moeda americana, e o petróleo — a commodity mais poderosa do planeta — também foi adotando o dólar como referência.
Estava feito. O dólar havia deixado de ser apenas uma moeda e havia se tornado um referencial de confiança e risco para todo o mundo.
Em 1971, quando Richard Nixon acabou com a conversão do dólar em ouro, muita gente apostou que o sistema desabaria, mas o contrário aconteceu: a moeda se manteve firme. Por confiabilidade, força política e… falta de alternativa.
A moeda permaneceu no topo. Dominando comércio, investimentos e reservas internacionais.
O que começou como um acordo para reconstruir o pós-guerra virou o maior case
de hegemonia financeira da história. O dólar se transformou em sinônimo de poder, estabilidade e, claro, influência.
E o que eu e você aprendemos com isso? Que confiança e estratégia podem valer mais que ouro em momentos de crise. O dólar domina não por sorte, mas por planejamento, visão e consistência ao longo do tempo.
Entender esse contexto faz toda a diferença na hora de investir ou interpretar mercados.
Por hoje é só, turma. Até o próximo case!
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