Por Fernanda Melo. Especialista de produtos de investimentos no Itaú Unibanco.
13 jul 2025
Neste texto inaugural, gostaria de iniciar nossa leitura com uma reflexão: se a cibersegurança é um dos grandes desafios da nossa época, onde estariam as oportunidades?
Se você acompanha o noticiário internacional, talvez tenha passado batido por uma notícia recente que, na prática, diz muito sobre os rumos da tecnologia e dos nossos dados. A Apple decidiu desativar um dos seus recursos mais avançados de segurança na nuvem, o Advanced Data Protection (ADP), para usuários no Reino Unido. O motivo? Pressões do governo britânico para criar uma forma de acesso governamental a dados criptografados.
Se você circula por São Paulo como eu, provavelmente viu que este mês a cidade está com algumas propagandas sobre o Safari ser o navegador mais seguro. Faz parte do branding da Apple. A Apple, que construiu boa parte da sua reputação em cima da ideia de que privacidade é um direito, está abrindo mão da proteção total de dados em um país do G7. E não por falha técnica, mas por exigência legal.
Essa história é só um exemplo, mas não deixa de sinalizar para nós, que pensamos globalmente, como a cibersegurança está deixando de ser um tema restrito à tecnologia para ocupar o centro do debate sobre soberania, política internacional e, claro, investimentos.
O caso britânico teve repercussão nos Estados Unidos, onde parlamentares chegaram a acusar o Reino Unido de um ataque cibernético via meios políticos. A crise balançou as bases do Five Eyes, a rede de cooperação de inteligência que une Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Pode parecer exagero, mas mostra o tamanho da tensão entre governos que querem acesso e empresas que prometem proteção.
Tudo. Porque estamos falando de empresas globais, com atuação em múltiplas jurisdições e sob pressão regulatória crescente. Empresas como Apple, Google, Meta e outras que talvez estejam na sua carteira por meio de ETFs, BDRs ou fundos internacionais.
Na mesma semana, a Austrália anunciou que pode, em breve, proibir menores de 16 anos de entrarem em redes sociais. Um teste mostrou que é tecnicamente possível verificar a idade com ferramentas que vão de reconhecimento facial a padrões de uso. A medida busca proteger jovens de conteúdo nocivo, um objetivo legítimo. Mas, novamente, surge a dúvida: qual o limite entre segurança e vigilância?
Para as big techs, adaptar produtos a diferentes legislações é custoso. Para investidores, isso significa um novo tipo de risco: o regulatório. Empresas que não se adaptam perdem mercado. As que cedem demais perdem confiança.
Com esse pano de fundo, três frentes chamam atenção para quem pensa globalmente:
E vale lembrar: o debate sobre mais ou menos regulação da internet não é exclusividade do Brasil. Ao contrário, é uma discussão que está aquecida em diversas democracias. Entender como essas decisões moldam a atuação das grandes empresas de tecnologia é parte essencial de uma boa análise de risco para quem investe no mundo.
Essa é a proposta desta coluna que inauguro aqui à convite da Avenue: trazer uma leitura global, conectada com os mercados e com um pé firme na realidade de quem investe buscando diversificação e futuro.
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