Descubra como a FGV e a Anbima propõem estratégias para blindar seu patrimônio da oscilação do dólar, com foco em educação financeira e diversificação internacional.
16 jul 2025
Dentro da programação do Avenue Connection, o painel “Ponto de Neutralidade: FGV e Anbima” contou com a participação do Professor Ricardo Rochman, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), que apresentou uma releitura do estudo divulgado no final de 2024 sobre o impacto da variação cambial no consumo dos brasileiros.
O debate mediado pelo estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves, também trouxe a contribuição de Tatiana Itikawa, superintendente de Representação de Mercados da Anbima, que abordou a questão regulatória do mercado e a proteção ao investidor.
O estudo embasou o lançamento do e-book da Avenue, “Patrimônio à prova de câmbio”, que aponta caminhos para reduzir o impacto da volatilidade cambial nas finanças pessoais e destaca que o problema não é — e nunca foi — o preço do dólar, mas sim as fragilidades estruturais do real e da economia brasileira.
Segundo o professor Rochman, um dos autores do estudo: “nossa ideia foi identificar quanto o brasileiro deveria ter investido em dólar para neutralizar os efeitos do câmbio em seu consumo. Isso porque, dentro da cesta de consumo de qualquer pessoa, há componentes atrelados ao câmbio, como combustível e outros produtos precificados no mercado internacional”.
O estudo concluiu que, no geral, entre 16% e 18% da cesta de consumo média do brasileiro está ligada ao câmbio. O professor Rochman levantou ainda um ponto importante: “o efeito do câmbio não é imediato. Por exemplo, no final de 2024 nós tivemos uma grande desvalorização cambial, sendo que apenas uma pequena parcela inferior a 10% foi sentida imediatamente. As outras parcelas podem levar até seis meses ou mais para aparecerem. Então estamos até agora sentindo os efeitos da desvalorização do final do ano passado”.
E esse delay depende ainda do consumo atrelado ao estilo de vida de cada um. Brasileiros com uma renda mais alta, que viajam para fora e adquirem produtos de luxo e tecnológicos, sentem efeitos diferentes daqueles com renda mais baixa e que comprometem boa parcela do salário com itens básicos, como alimento, transporte e moradia.
“Entre 16% e 18% seria o mínimo se a sua cesta de consumo fosse igual à listada pelo IPCA. Mas como essa cesta não representa necessariamente o que cada um consome no seu dia a dia, o ideal seria que cada um de nós fizesse uma análise sobre o seu estilo de vida. Por exemplo, quais serviços de streaming ou ferramentas de inteligência artificial assina. Tudo isso é precificado em dólar”, explicou o acadêmico.
Durante o debate, Rochman também falou sobre a duração dos investimentos: “vivemos um momento de grandes incertezas no Brasil e no mundo, mas sabemos que tudo isso é temporário. Investir é pensar no futuro. Governos mudam, cenários se acomodam, questões como IOF e tarifas evoluem.”
O professor da FGV trouxe ainda a questão da falta de educação financeira no país. “O brasileiro desconhece as oportunidades de investimento existentes e como é fácil investir no exterior, algo que é possível fazer em cinco minutos pelo smartphone. Além disso, tem a questão do comodismo dos investidores, que acham que a Selic é saída mais fácil e solução para todos os problemas”, completou.
Em paralelo, Tatiana trouxe uma pesquisa interessante que revela o potencial a ser explorado dentro do mercado de capitais no Brasil. “Em um levantamento realizado pela Anbima, descobrimos que apenas 37% da população brasileira guarda dinheiro e que, desse total, mais de 60% aplicam na poupança. Então tem muita oportunidade no radar. Mas precisamos também aprender a conversar melhor com o investidor e usar uma linguagem que as pessoas entendam, com o intuito de facilitar essa entrada do investidor iniciante”, afirmou.
“Por isso é importante contar com o apoio do órgão regulador para a gente conseguir romper as barreiras do viés doméstico no Brasil”, finalizou William.
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