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O papel dos mercados privados no portfólio do investidor

Por Caio Tuca, Sócio EQI Investimentos e Head da EQI Internacional

07 out 2025

Durante décadas, a recomendação clássica para investidores globais foi clara: uma combinação de 60% em ações e 40% em títulos seria suficiente para equilibrar risco e retorno. Essa fórmula, no entanto, vem sendo cada vez mais questionada em um ambiente de juros voláteis, inflação persistente e maior correlação entre os mercados públicos. É nesse contexto que os mercados privados — ou private markets — ganham espaço como alternativa de diversificação.

Segundo a Blackstone, maior gestora global de ativos alternativos, investir em empresas, imóveis e crédito fora das bolsas pode reconfigurar o perfil de risco e retorno das carteiras tradicionais. O raciocínio é simples: enquanto ações e títulos estão sujeitos a movimentos diários de mercado, os ativos privados oferecem outras fontes de crescimento e geração de renda, menos expostas à volatilidade de curto prazo.

O universo dos mercados privados é amplo. Engloba private equity (participação em empresas não listadas), private credit (empréstimos diretos a companhias), private real estate (imóveis comerciais privados) e ainda áreas como infraestrutura. Embora historicamente dominados por grandes instituições, esses mercados começam a se abrir para investidores individuais — ainda que em menor escala.

O diferencial está não apenas no potencial de retorno, mas também na baixa correlação com ativos públicos. Isso significa que, em momentos de turbulência nos mercados listados, uma carteira com exposição a ativos privados tende a apresentar comportamento mais resiliente.

Mas não se trata de uma solução mágica. Investimentos privados exigem paciência, horizonte de longo prazo e tolerância a baixa liquidez. Diferentemente de uma ação em bolsa, não é possível entrar e sair de um fundo de private equity ou de um portfólio imobiliário com a mesma agilidade. Além disso, a escolha do gestor faz toda a diferença — em mercados privados, a execução é tão importante quanto a tese de investimento.

No fim, os mercados privados não substituem os públicos, mas os complementam. Para investidores dispostos a diversificar além da tradicional carteira 60/40, o J.P. Morgan sugere que investidores considerem alocar entre 15% e 30% do seu portfólio em ativos alternativos, dependendo de seus objetivos e tolerância ao risco. Essa alocação estratégica ajuda a expandir a fronteira eficiente do portfólio, equilibrando retorno e risco de forma mais robusta.

Fontes:

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O investimento internacional envolve riscos especiais, incluindo flutuações cambiais, diferentes padrões de contabilidade financeira e possível volatilidade política e econômica.

Caio Tuca

Sócio EQI Investimentos e Head da EQI Internacional

Profissional com mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro, especializado em distribuição de fundos, renda fixa, produtos estruturados e soluções internacionais de investimento. Iniciou sua carreira em 2003 no Citi, onde passou por diferentes áreas de investimentos, atuando em análise de mercado, distribuição de fundos e produtos de renda fixa e estruturados. Em 2008, integrou a equipe da AllianceBernstein, responsável pela distribuição de fundos offshore em diversos países da América Latina onde fico até 2012 quando se juntou a Vinci Partners, onde se tornou sócio e permaneceu por sete anos na área de distribuição de fundos. Em 2019, ingressou na XP Inc., inicialmente na distribuição de renda fixa e depois como Sócio e Head de Estratégia de Negócios B2B. Desde 2022, é Sócio e Head da área internacional da EQI Investimentos, liderando a área Internacional.

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